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Pelé: saga de jornalista de Ribeirão Preto para conseguir autógrafo em camisa mobilizou amigos e até médico da mãe do Rei


Márcio Javaroni não teve a chance de conhecer o ídolo, mas isso não o impediu de realizar o sonho de ter a camisa assinada pelo maior jogador de futebol da história. Camiseta do Santos autografada por Pelé, o Rei do Futebol, pertence a jornalista de Ribeirão Preto (SP) Márcio Javaroni O Brasil perdeu o Atleta do Século nesta quinta-feira (29): Pelé, o Rei do Futebol, faleceu aos 82 anos em São Paulo (SP). Há aproximadamente 300 km da Capital, um jornalista de Ribeirão Preto (SP), que torce pelo Botafogo-SP e pelo Palmeiras, mas que possui uma simpatia enorme pelo Santos por conta do ídolo, tem uma relíquia para manter viva a memória de Edson Arantes do Nascimento: uma camiseta autografada pelo maior jogador da história do futebol. A saga para conseguir o autógrafo mobilizou amigos e conhecidos de amigos de Márcio Javaroni, de 46 anos. Até então, a condição que um amigo impôs para conseguir o autógrafo para o jornalista era “revelar o milagre, mas não o santo”. Porém, com a morte do ídolo, Javaroni finalmente pôde contar ao g1 como conseguiu a façanha sem conhecer o ex-jogador. LEIA TAMBÉM: Morre o Rei Pelé aos 82 anos Artista relembra entrega de escultura em homenagem a Pelé em Ribeirão Preto Botafogo-SP foi 'vítima' de recorde de gols marcados por Pelé em um só jogo Rei Pelé faleceu nesta quinta-feira em São Paulo DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO Desejo O sonho de Javaroni era conseguir encontrar o astro do esporte para pedir o autógrafo no manto alvinegro. Por isso, sempre que descia a serra para visitar Santos, onde Pelé passou a maior parte da carreira, ele levava a camiseta na esperança de encontrar o ídolo nas ruas da Baixada Santista. No entanto, a sorte não estava do lado dele e isso nunca aconteceu. Essa esperança de encontrar o Rei já tinha se esgotado quando, no fim de 2019, Javaroni contou ao amigo Reinaldo Macedo, de Campinas (SP), sobre o sonho frustrado. O campineiro perguntou se ele ainda tinha a camiseta e prometeu ao jornalista que conseguiria o autógrafo do rei para ele. Com uma certa descrença, o morador de Ribeirão Preto entregou a roupa para o amigo. “Ele falou: ‘se a camisa está aí ainda, me dá ela que você vai ter essa camisa autografada. Você vai ter ela’”, lembra Javaroni. O jornalista Márcio Javaroni, de Ribeirão Preto (SP) Reprodução/Rede social O milagre O milagre cujo santo não poderia ser revelado era que o amigo conhecia o médico que atende Dona Celeste, a mãe de Pelé, que completou 100 anos em novembro. Ele entregou a camiseta para o profissional que, por sua vez, fez com que ela chegasse até a mãe do ex-jogador. Assim, quase como um "correio elegante", o objeto chegou até às mãos do ídolo, que assinou próximo ao brasão do Santos: “Ao Javaroni, do amigo Pelé”. O produto retornou ao dono em 2020. Mesmo com a camisa em mãos, Javaroni custou acreditar no que estava vendo. “No começo, a primeira reação que você tem é pensar: ‘ah, essa camisa aqui não foi ele que assinou'". Mas a desconfiança durou pouco: ao analisar outros autógrafos que o Rei tinha distribuído, ele percebeu as características da caligrafia de Pelé. O ‘J’, em especial, sanou todas as dúvidas. “Tinha uma foto que o Pelé entregava uma camiseta para um jogador que o primeiro nome começava com J. E era exatamente a mesma caligrafia, os mesmos tremores”, garante o jornalista. Pelé em campo nos EUA, antes de partida em 24 de agosto de 1977 Ray Stubblebine/AP 'J' de jornalista Um outro 'J' marca a vida de Javaroni: o de jornalista. Em 2002, ano em que Pelé celebrou 60 anos, a família de Márcio passava por uma situação econômica difícil. Sem faculdade, Javaroni trabalhava com o pai em uma distribuidora de medicamentos, quando um amigo de um extinto jornal de Ribeirão Preto, ciente do fascínio dele pelo jogador, ofereceu ingressos para acompanhar a exposição dedicada a Pelé no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Em troca, o amigo pediu que Javaroni trouxesse “algumas coisas” escritas sobre a exposição. O passeio virou uma oportunidade. “Eu falei: ‘essa é uma chance que eu vou ter que aproveitar. Ou eu viro jornalista neste fim de semana ou eu estou ferrado’”, lembra. Agarrado à possibilidade de encontrar uma nova profissão, ele voltou para a redação com matérias sobre o evento. Foi quando o amigo disse que ele seria jornalista. “Ele falou ‘cara, você vai trabalhar no meu jornal. Dá um jeito, se vira, entra em uma faculdade'", conta. Foi o que Javaroni fez dois meses depois, dando início a uma carreira que hoje já tem seus quase 20 anos. “Nessa época eu posso dizer que eu não tinha nada, com vinte e poucos anos. Vou falar pouco para não chorar. Tenho muita gratidão por isso”, afirma o jornalista. Pelé e Coutinho, uma das maiores duplas de ataque do futebol brasileiro, com o uniforme do Santos Futebol Clube Arquivo/Santos FC Santista? O fascínio de Javaroni pelo Rei do Futebol pode levar a pensar que ele é um torcedor "raiz" do Santos. Mas se engana quem pensa isso. Quando criança, o jornalista começou a torcer pelo Botafogo de Ribeirão Preto. No meio dos anos 1990, ele decidiu que torceria, também, pelo Palmeiras. Mas não teve como se desvencilhar do carinho pelo time da Baixada Santista por causa do ídolo e por causa da cidade de Santos, pela qual se declara apaixonado. “Não sei se seria uma heresia me considerar santista, mas eu posso falar que, depois do Botafogo, é o time pelo qual eu tenho mais simpatia, sem dúvida", argumenta. Esse amor de fã mostra como a influência de Pelé, enquanto o maior jogador de futebol da história, ultrapassa os limites entre os clubes e, principalmente, do tempo. Javaroni, nascido em 1976, um ano antes de o Rei se aposentar dos gramados, conseguiu assistir à lenda em campo com a camisa 10 apenas uma vez: pela televisão, no amistoso da seleção em comemoração aos 50 anos de Pelé, em 1990. Mesmo assim, o pai e os tios não deixaram que ele crescesse indiferente ao que o jogador significou para os apaixonados pelo esporte. “Eu acho que o Pelé é, de verdade, o único Rei, o único mito brasileiro. Porque parou guerra, é sinônimo de Brasil e acho que, se você está fora do país, você não vai falar outra coisa se quiser ser reconhecido do que Pelé. É a primeira coisa que você vai falar”, diz o jornalista. Sobre a camiseta de valor inestimável, Javaroni garante uma coisa: vai guardar como uma verdadeira relíquia para manter consigo um pedaço de Pelé, o único jogador a ganhar três Copas do Mundo e que, por esse outros tantos motivos, o tornam eterno mesmo após a morte. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Fonte: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2022/12/30/pele-saga-de-jornalista-de-ribeirao-preto-para-conseguir-autografo-em-camisa-mobilizou-amigos-e-ate-medico-da-mae-do-rei.ghtml

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