Jornal The New York Times reportou, em 12 de junho de 1975, que a visão periférica de Pelé era 30% melhor do que a média dos demais atletas. Analista de desempenho aponta características e habilidades extraordinárias de Pelé Toda essa comoção, todo esse respeito são consequências dos feitos de Pelé das habilidades extraordinárias que ele desenvolveu e demonstrou ao longo da carreira e da vida. Como seria enxergar Pelé de um outro jeito? À luz das tecnologias, hoje utilizadas para medir habilidades dos jogadores. A equipe do Jornal Nacional fez esse pedido para um profissional essencial do futebol moderno, que vive mergulhado nesse universo de dados: o analista de desempenho. O rei salta aos olhos. “No vídeo, você vê também a força, a arrancada. Ele não era um jogador muito alto, mas a impulsão dele era extraordinária. Você vê muitos gols de cabeça, que ele sobe muito mais alto que o zagueiro”, aponta o analista de desempenho Thomaz Freitas. Em uma jogada, na Copa de 1970, contra a Inglaterra - até hoje lembrada como a defesa mais marcante da história dos Mundiais. Pelé era 5 cm menor que o zagueiro inglês, mas saiu 70 cm do chão, 20 cm a mais que o seu marcador. O rei alcança a bola a 2,43 metros. Pelé: morte do rei do futebol é destaque em jornais brasileiros e internacionais; veja capas Ouça narração do milésimo gol de Pelé feita pelo radialista Waldir Amaral em 1969 Irmã de Pelé conta como foi a despedida e o que conversaram no último encontro Há também outro aspecto marcante que atravessa o tempo: a capacidade de mudar de direção em alta velocidade. Atletas celebrados hoje precisam muito desse recurso e bebem da fonte do desbravador. Não por acaso, vídeos comparando jogadas viralizaram nos últimos tempos. Lances de outros craques parecem apenas recriações de movimentos que Pelé executou no passado. “Na hora desse corte, a mudança de direção ali, a hora que a coxa queima, que você precisa ter uma reação rápida, o Pelé levava vantagem”, conta Thomaz Freitas. Tudo isso aconteceu em uma época que os atletas não frequentavam academias superequipadas como as de hoje, e mais: Pelé foi um menino pobre, sem acesso a um regime nutricional e ideal para a prática de esportes. A genética dele fez toda a diferença. Hoje sabemos que nossos genes apontam se somos pré-dispostos a sofrer lesões, especialmente aquelas mais graves no futebol, como as musculares. Pelé, mesmo caçado em campo, se machucava muito pouco. “Tirando uma lesão que ele teve muscular, que foi no Chile em 1962, ele mesmo dizia: ‘eu nunca tive lesão’. Ele se deslocava muito, com uma agilidade, uma noção e posição de giro ao que se chama de propriocepção. Essa palavra complicada. Hoje, se treina para dar ao atleta agilidade, ginga, movimento rápido”, explica o ortopedista e médico de Pelé, Moisés Cohen. Havia também a questão da inteligência de um cérebro privilegiado capaz de perceber ações e antecipar movimentos dos colegas. Por exemplo, como ele notou a chegada do Carlos Alberto Torres no gol que sacramentou o 4 a 1 sobre a Itália, na final de 1970? “O Pelé tinha uma noção de espaço inacreditável, como se ele tivesse olhos em todo o entorno da cabeça”, relata o ex-companheiro de Pelé, Clodoaldo. Quando foi jogar nos Estados Unidos ele passou por uma bateria de exames. O jornal The New York Times reportou, em 12 de junho de 1975: a visão periférica de Pelé era 30% melhor do que a média dos demais atletas. “O cérebro inteiro dele tinha incorporado a bola, os jogadores, o gramado, de uma maneira que nos chocou. Eu nunca vi nada igual”, diz Clodoaldo.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/12/30/analista-de-desempenho-aponta-caracteristicas-e-habilidades-extraordinarias-de-pele.ghtml
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