Golpe do tesouro: 'usou da nossa simplicidade', diz pedreiro sobre vizinho que enterrou barras de ouro falsas em terreno no RS
Família espera reparação na Justiça após ter perdido R$ 75 mil para casal de investigados, que prometeu vender barras em São Paulo. Material era ferro banhado em ácido para ganhar coloração dourada. Casal é indiciado por enterrar barras de ouro falsas em Dois Irmãos O proprietário do terreno onde foram enterradas barras de ouro falsas em Dois Irmãos, na Região Metropolitana de Porto Alegre, se diz triste por ter caído no golpe do tesouro. No dia 22 de julho, a Polícia Civil indiciou duas pessoas por estelionato: o homem que enterrou os lingotes e a esposa dele, que recebeu valores das vítimas do suposto esquema, segundo o inquérito. Os investigados aguardam a análise das conclusões da polícia em liberdade. Pedreiro de 49 anos de idade, o dono do terreno prefere não ser identificado em razão de comentários feitos contra a família nas redes sociais. "Ele usou da nossa simplicidade. Eu o considerei uma pessoa legal, mas do jeito que foi, eu fiquei triste", lamenta. A família estima ter perdido cerca de R$ 75 mil na venda de um veículo e com empréstimos contraídos para pagar os custos solicitados pelos investigados. Com a promessa de vender as supostas barras de ouro, eles teriam pedido dinheiro para a execução de serviços como detecção de metais e mineração. "A gente não tem maldade na cabeça, ele usou essa fraqueza nossa", diz o pedreiro. Os investigados não foram presos porque, segundo o delegado Rafael Sauthier, não havia elementos para uma prisão preventiva. Os nomes dos indiciados não foram divulgados pela Polícia Civil, em razão da Lei de Abuso de Autoridade. Quatro barras de ouro falsas apreendidas pela polícia em Dois Irmãos Polícia Civil/Divulgação Primeiros contatos O pedreiro diz que trabalha desde a infância, quando tinha sete anos. Depois de um período na agricultura, passou a trabalhar com obras há 25 anos em Estância Velha, também na Região Metropolitana. Ele conheceu o investigado há 13 anos, quando adquiriu o terreno em Dois Irmãos. Em 2021, o homem voltou a fazer contato com a família. "Ele começou a nos visitar vendendo queijo, biscoito e pão, para chamar atenção", lembra. Meses depois, por volta de fevereiro, o investigado contou a história do falso tesouro, que teria sido enterrado por um homem já falecido. O pedreiro diz que, de início, desconfiou da história. No entanto, realmente foram encontradas barras metálicas no terreno. "Ele me ligou num domingo de manhã dizendo que tinha uma surpresa muito boa para nós, que nós poderíamos ficar com um outro nível de vida", conta. O ouro, no entanto, era ferro coberto com um ácido, o que fazia a peça ganham uma tonalidade metálica. O investigado, então, falava que teria que vender os objetos em São Paulo. Para isso, precisaria de dinheiro para transporte e estadia. "Tinha que pagar aluguel de carro, hotel para ele ficar. Aí ele começou a tirar dinheiro de nós", diz a vítima do golpe. O dono do terreno resolveu procurar a polícia quando o investigado solicitou R$ 34 mil para a manutenção do câmbio de seu carro e mais R$ 40 mil para resolver pendências com uma suposta vistoria da polícia rodoviária na estrada. "Nós ficamos com um pé atrás e procuramos a polícia. Minha família não queria, mas eu pensei que se deixasse, ele ia fazer com os outros", diz o pedreiro. Agora, o pedreiro diz aguardar, no Judiciário, a reparação dos danos sofridos. "Eu espero que a Justiça aja pela gente, que analise bem. Eu não quero nada dos outros, ele que tenha que assumir isso, para ser honesto." VÍDEOS: Tudo sobre o RS
Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2022/07/31/golpe-do-tesouro-usou-da-nossa-simplicidade-diz-pedreiro-sobre-vizinho-que-enterrou-barras-de-ouro-falsas-em-terreno-no-rs.ghtml
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