O espetáculo, que se passa entre 1789 e 1814, será em palco aos pés da Igreja de São Francisco de Assis, onde estão importantes obras do mestre do barroco. Ópera em Minas Gerais homenageia Aleijadinho Um espetáculo em Minas Gerais vai homenagear um dos maiores artistas da história do Brasil. Um cenário rodeado de montanhas, de ladeiras e casarões centenários: a cidade onde viveu Aleijadinho. O palco principal é aos pés da Igreja de São Francisco de Assis, onde estão importantes obras do mestre do barroco. “A ópera se passa de 1789 a 1814, à época da exploração do ouro. Na própria cidade a gente vê esse contraste da beleza das igrejas com o sufocamento das minas. Uma cidade onde 80% da população na época era uma população de negros, 80% dos músicos eram músicos negros. Então, eu acho que, por isso, fala de legado também, como se essas pessoas estivessem rompendo barreiras e abrindo caminhos para que outros de nós pudéssemos fazer e continuar construindo nossa história”, destaca a diretora cênica Julianna Santos. A obra é de ficção, mas todos os personagens existiram e têm conexão com fatos históricos. O ensaio geral atraiu os turistas. “Eu achei bem interessante que eles estão contando para mim a história direitinho do Aleijadinho”, diz Antônio Brito de Oliveira, de 10 anos. “Vibrante. Emocionante. Lindo demais”, define a pousadeira Poliana Brito de Oliveira. “Estou gostando demais”, conta Catarina Brito de Oliveira, de 5 anos. O primeiro ato é o encontro de Aleijadinho com os participantes da Inconfidência Mineira, em uma taberna. A cena é acompanhada pelo Corpo de Baile do Palácio das Artes e pela coreógrafa Junia Bertolino. Tudo ao som do coral lírico e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. “A gente vai ouvir as serestas, a gente vai ouvir a flauta, clarineta, aquela sonoridade que a gente está acostumada a ouvir nas noites de Minas Gerais, pelo menos, nas antigas noites de Minas Gerais. Está falando de uma arte que está aqui há quase 300 anos e que vai perdurar por mais 300 anos”, afirma Silvio Viegas, maestro da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. A ópera narra também o preconceito que Aleijadinho sofreu do próprio filho por ter adoecido e perdido os movimentos do corpo. Mesmo assim, ele não deixou de produzir. “Ele se entendia, se realizava na arte dele. O amor à arte e a crença que ele tinha em Deus”, diz o barítono Johnny de Lima França. Aleijadinho nasceu no século XVIII e morreu aos 76 anos. Estudiosos ainda buscam informações sobre a vida do artista negro. A única certeza é que Antônio Francisco Lisboa é o ícone do barroco mineiro. Ele mudou a história da arte no Brasil. “Eu acho que é um reforço dessa identidade que o Brasil precisa, da negritude, de como isso é importante no caráter nacional, de como isso é digno de estar junto com o que tem de mais importante nas artes do Brasil”, diz o cenógrafo Renato Theobaldo. “Não tem muitas palavras para descrever além de ‘encantador’”, diz o advogado Flávio de Próspero.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/29/opera-em-minas-gerais-homenageia-aleijadinho.ghtml
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