Em março, 77% das famílias fecharam o mês com alguma dívida, devido principalmente à inflação e ao achatamento da renda. No trimestre que terminou em fevereiro, a renda média do brasileiro atingiu o menor patamar em 10 anos. Percentual de brasileiros endividados é o maior em 12 anos O achatamento da renda e a inflação contribuíram para que o percentual de brasileiros endividados fosse o maior em 12 anos. Vivian Pires anda atrás de uma solução para se livrar das dívidas não é de hoje. Mas toda vez que para fazer contas, diz que é obrigada a fazer mais dívidas. Como o salário da funcionária pública não paga todas as despesas, ela está completando o orçamento com sucessivos empréstimos. “Não bate a conta, vou recorrer ao banco, e aí juros sobre juros, porque você paga a dívida do banco e o que resta é o troco para você dar continuidade à vida. E assim vai”, diz. O número de brasileiros endividados bateu recorde em março: 77% das famílias fecharam o mês com alguma dívida: no cheque especial, empréstimo consignado, prestação do carro, carnê de loja e, principalmente, no cartão de crédito. É o maior percentual dos últimos 12 anos. A pesquisa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. O endividamento aumentou mesmo com as taxas de crédito mais caras, diante da escalada dos juros no país. E de cada dez famílias, três estão com contas em atraso. É o maior número desde janeiro de 2010. “Preço dos alimentos maior, preço dos combustíveis maior, e está sobrando menos dinheiro para elas consumirem itens de primeira necessidade, como, por exemplo, alimentos, medicamentos, e elas estão recorrendo ao crédito para sustentar esse consumo até o final do mês”, afirma Izis Ferreira, economista da CNC O brasileiro está sendo levado a se endividar mais porque tenta enfrentar dois problemas: a inflação, que corrói o orçamento, diminui o poder de compra, e a própria renda que está menor, tem entrado menos dinheiro no bolso. No trimestre que terminou em fevereiro, a renda média do brasileiro atingiu o menor patamar dos últimos dez anos. Pesquisa do IBGE mostra que o ganho médio foi de R$ 2.511. Um ano antes era de R$ 2.752. “As pessoas estão se reempregando, elas estão, digamos assim, de alguma forma se ocupar, só que elas ainda não conseguem trabalhar o quanto elas conseguiam trabalhar antes, e elas ainda não conseguem receber o que elas recebiam antes da pandemia, principalmente naqueles setores que foram muito atingidos, como comércio e serviços”, explica Cosmo Donato, economista sênior da LCA Consultores. A esteticista Ana Cláudia de Souza trabalha no setor de serviços, mas vai fechar o salão de beleza porque há um ano não consegue pagar o aluguel. Até para manter as contas de casa em dia está difícil. “Eu me endividei a tal ponto que fiquei sem cartão de crédito. E aí o que eu fiz? Fui pegar de terceiros, da minha tia. Peguei o cartão da minha tia e o que aconteceu? Estou devendo para minha tia também”, conta. Para tentar aumentar a renda, foi trabalhar também no salão de um amigo. “Estou tentando ganhar meu dinheiro e ressurgir, sobreviver, ter esperança, ter paz”, diz.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/31/percentual-de-brasileiros-endividados-e-o-maior-em-12-anos.ghtml
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