O Ministério da Educação anunciou que o ex-ministro não vai atender ao convite para comparecer à Comissão de Educação do Senado nesta quinta (31). Milton Ribeiro diz ao Senado que não irá a audiência para explicar suspeitas no MEC O Ministério da Educação anunciou que o ex-ministro Milton Ribeiro não vai atender ao convite para comparecer à Comissão de Educação do Senado na quinta-feira (31). Senadores planejavam ouvi-lo sobre suspeitas de corrupção e sobre a afirmação dele de que, no cargo de ministro, priorizava solicitações intermediadas por um pastor porque se tratava de um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro. O ofício foi encaminhado pelo Ministério da Educação ao presidente da comissão, senador Marcelo Castro, do MDB. Informa a impossibilidade do comparecimento de Milton Ribeiro, tendo em vista a publicação do decreto do dia 28 de março, que oficializou a exoneração dele do cargo. O documento é assinado por Marcelo Mendonça, chefe da Assessoria para Assuntos Parlamentares do MEC. O principal ponto que os senadores queriam esclarecer é a declaração de Milton Ribeiro de que o governo priorizava prefeituras que pediam recursos por intermédio do pastor Gilmar Santos, que não tem cargo no ministério. Num áudio divulgado pela “Folha de S.Paulo” na semana passada, o ex-ministro disse que esse foi um pedido do presidente Bolsonaro: “A prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar.” O senador Marcelo Castro afirmou que, ao fugir de dar explicações, Milton Ribeiro confirma a culpa e diz que é preciso entender como Bolsonaro teria feito esse pedido especial. “No áudio do ministro, ele diz claramente que estava cumprindo determinação do presidente da República, mas posteriormente, em nota, ele diz que não, que não foi isso, que foi mal interpretado, que o presidente apenas pediu para que ele recebesse os pastores. Evidentemente que isso ficou uma dúvida”, disse Marcelo Castro. Outro ponto que a comissão queria esclarecer era se o ex-ministro sabia que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura intermediavam o repasse de recursos da Educação. Prefeitos denunciaram que os dois exigiam propina em dinheiro, em ouro e até por meio da compra de bíblias na editora de um deles. Milton Ribeiro disse que soube de irregularidades em agosto de 2020, mas o ex-ministro só pediu uma investigação da Controladoria-Geral da União um ano depois - por que demorou tanto e por que, depois de encaminhar as suspeitas à CGU, Milton Ribeiro continuou a receber os pastores em reuniões no seu gabinete? Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy Veiga, como ministro interino. O gerente de projetos da Secretaria Executiva da pasta, Luciano de Freitas Musse, foi demitido. Musse tinha sido indicado ao cargo por Gilmar e Arilton. Para os senadores, a exoneração de Milton Ribeiro não muda nada, não anula as denúncias que ele precisa explicar. A única mudança é a instância em que será investigado, já que como ex-ministro não tem mais o foro privilegiado. Assim, o inquérito da Polícia Federal aberto por determinação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, pode agora ser enviado para a Justiça Federal do Distrito Federal. E a PF e o Tribunal de Contas da União seguem com outras frentes de investigação.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/30/milton-ribeiro-nao-ira-ao-senado-para-explicar-suspeitas-de-corrupcao-no-mec.ghtml
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