Dos 15 países do Conselho de Segurança, 11 votaram a favor da resolução. Rússia, que possui poder de veto, votou contra. E três, China, Emirados Árabes Unidos e Índia, decidiram se abster de votar. Rússia veta resolução que condena invasão da Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU A Rússia exerceu o poder de veto e barrou a resolução no Conselho de Segurança da ONU que condenava a invasão da Ucrânia. Na votação, os Estados Unidos quiseram mostrar o isolamento da Rússia. A embaixadora americana foi taxativa: "Esta foi uma escolha pela guerra". "A Rússia escolheu invadir o vizinho. A Rússia escolheu causar sofrimento no povo ucraniano e em seus próprios cidadãos. A Rússia escolheu violar a soberania da Ucrânia, a lei internacional e a Carta da ONU. E agora, por toda a Ucrânia, pessoas tentam salvar suas vidas", completou a embaixadora americana. Ela mesma admitiu que a Rússia poderia vetar a resolução apresentada pelos Estados Unidos condenando o país, mas ressaltou, se dirigindo ao representante russo: "Você não pode vetar nossas vozes". Como integrante permanente do Conselho de Segurança, a Rússia tem direito ao veto. E neste mês, ainda por cima, a Rússia ocupa a presidência temporária do órgão. Mas a intenção dos Estados Unidos e aliados era forçar os outros países do conselho a se posicionarem publicamente. A reunião dos embaixadores na ONU teve que ser atrasada três vezes, sempre na última hora. O motivo, segundo diplomatas europeus, era o voto da China, que, em geral, vota junto com os russos. Para deixar a Rússia isolada como único país a vetar a resolução, os americanos tiveram que convencer a China a simplesmente se abster. E, para isso, tiveram que suavizar um pouco o texto. No lugar da palavra “condena” a agressão russa contra a Ucrânia, escreveram “deplora”. E a referência ao capítulo 7 da Carta da ONU, que trata de sanções e autorização de força militar, teve que ser cortada, assim como a referência ao presidente russo, Vladimir Putin. Assim, dos 15 países do Conselho de Segurança, 11 votaram a favor da resolução. Um, a Rússia, votou contra. E três, China, Emirados Árabes Unidos e Índia, decidiram se abster de votar. A posição da Índia chamou a atenção. Aliada dos Estados Unidos, foi a única democracia a optar pela abstenção. Mas o governo indiano também tem fortes laços com a Rússia. Os russos são os principais fornecedores de fertilizantes para os indianos. A agricultura é a espinha dorsal da economia da Índia. Dhruva Jaishankar, diretor executivo do Observer Research Foundation America – uma organização independente e sem fins lucrativos – também lembra que a Rússia é a maior exportadora de armas da Índia: submarinos movidos a energia nuclear, caças de última geração. Por isso, ele acha que seria bem improvável que a Índia tomasse outra decisão além de se abster. Mas ele ressalta que a Índia mostrou um tom crítico à Rússia quando falou da importância do respeito ao território e soberania de todos os países. A embaixadora do Reino Unido disse que a história vai lembrar como os países votaram e quais países se mostraram firmes em defesa da Carta da ONU e da soberania da Ucrânia. O representante ucraniano lamentou e disse que a noite de quinta-feira (24), quando as tropas russas chegaram em Kiev, foi a pior noite na capital ucraniana desde 1941, quando o país lutou contra o exército nazista de Adolf Hitler. E pediu um minuto de silêncio em memória às vítimas da guerra. Foi interrompido pelo embaixador russo, que lembrou também as vítimas das regiões separatistas da Ucrânia, em guerra há oito anos, desde que o país dele invadiu a Ucrânia, em 2014. O ucraniano voltou a pedir silêncio. E, depois de alguns instantes, foi aplaudido pelos colegas. Por fim, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que aquele era o dia mais triste de todo o mandato dele. "As Nações Unidas nasceram por causa da guerra, para acabar com a guerra. E hoje não conseguiu atingir seu objetivo", lamentou. O Conselho de Segurança da ONU volta a se reunir no domingo (27) para discutir a guerra na Ucrânia.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/26/russia-veta-resolucao-que-condena-invasao-da-ucrania-no-conselho-de-seguranca-da-onu.ghtml
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/26/russia-veta-resolucao-que-condena-invasao-da-ucrania-no-conselho-de-seguranca-da-onu.ghtml
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