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Ofensiva militar ordenada por Putin contra a Ucrânia evidencia alinhamento da Rússia com a China

Muitos países reagiram com sanções econômicas contra a Rússia, mas Putin sabia que sofreria essa pressão financeira. E se, mesmo assim, decidiu invadir a Ucrânia, é porque tem ao lado a segunda maior economia do mundo. Ofensiva contra Ucrânia deixa mais evidente alinhamento da Rússia com a China A ofensiva militar ordenada por Vladimir Putin contra a Ucrânia deixou mais evidente o alinhamento da Rússia com outra potência militar: a China. Rússia veta resolução condenando invasão da Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU; Brasil vota a favor Rússia diz que Finlândia e Suécia enfrentarão 'consequências militares e políticas prejudiciais' se tentarem entrar na Otan No começo de fevereiro, um evento esportivo consolidou uma aliança política que é chave na guerra na Ucrânia. A abertura das Olimpíadas de Inverno, em Pequim, foi boicotada por líderes de vários países, como protesto contra violações a direitos humanos na China. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, estava lá, prestigiando o líder chinês, Xi Jinping. Numa declaração conjunta, eles afirmaram que a amizade entre os dois países não tem limites. Quatro dias após o fim das Olimpíadas de Inverno, a Rússia tomou as manchetes com a invasão da Ucrânia. Muitos países já reagiram com sanções econômicas contra a Rússia, incluindo Estados Unidos, Japão e países da União Europeia. A Rússia sabia que sofreria essa pressão financeira. E se, mesmo assim, decidiu invadir a Ucrânia, é porque tem ao lado a segunda maior economia do mundo. Por que os Estados Unidos não entram na guerra contra a Rússia? Em 2012, 6,8% de tudo o que a Rússia exportava iam para a China. Era o terceiro maior destino de produtos russos. Essa participação foi aumentando. Em 2017, a China se tornou o principal comprador. E, em 2020, já comprava mais de 14% de tudo o que a Rússia vendia para outros países. É mais do que o dobro da participação de dez anos atrás. Hoje, por exemplo, a Rússia é um dos principais fornecedores de petróleo, gás e carvão para a China. Em 2021, o comércio total entre os dois países atingiu o maior valor já registrado: US$ 146 bilhões. “Se não fosse a China, a Rússia não poderia adotar uma postura tão agressiva com relação à Ucrânia. Sem dúvida alguma, a China não é um amortecedor, é o grande amortecedor e ela vai absorver uma parcela importante do produto russo. E mais do que isso: a Rússia, na medida que a retaliação do Ocidente bloqueia acesso à tecnologia de ponta, a China tem condições de fornecer isso para a Rússia”, explica Simão Davi Silber, professor do departamento de Economia da USP. A China também é o maior vendedor de produtos pra Rússia. Entrega, principalmente, equipamentos eletrônicos – como computadores e máquinas. E a China também ganha com essa relação. Assim como a Rússia, ela vive um conflito com um vizinho – a ilha de Taiwan, que é reconhecida como país soberano por algumas nações, mas que, para Pequim, é uma dissidente que deve voltar a se unir à China. Na quinta (24), segundo a Força Aérea de Taiwan, aviões militares chineses sobrevoaram a ilha. “Há muitos analistas que apostariam nessa hipótese, na hipótese de que um conflito entre Rússia e Ucrânia suscita ou, de alguma forma, abre espaço para que a China também passe a contestar a região de Taiwan. Mas, antes de qualquer decisão, ela certamente levará em conta como o xadrez geopolítico está se movimentando e que danos ela teria para si própria em termos de economia. A China, em geral, evita esse tipo de situação”, afirma Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/25/ofensiva-militar-ordenada-por-putin-contra-a-ucrania-evidencia-alinhamento-da-russia-com-a-china.ghtml

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