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No Brasil, ucranianos e descendentes relatam apreensão pelos familiares na Ucrânia

Na cidade de Prudentópolis, no Paraná, sete em cada dez moradores têm origem ucraniana. Um missionário contou que seu irmão foi convocado para a guerra e já está no front. Buscar notícias de um parente na Ucrânia, neste momento, é uma necessidade que exige persistência e calma Buscar notícias de um parente na Ucrânia neste momento é uma necessidade que exige persistência e calma. Isso vale para quem esteja em um país vizinho, como a Polônia, por exemplo, ou em terras muito distantes, como o estado do Paraná, no Brasil. O missionário ucraniano que mora no Paraná, Vitaliy Arshulik, tem mais um motivo para temer o conflito: o único irmão, Mikhailov, foi convocado para a guerra e já está no front. Nesta sexta-feira (25), os dois se falaram por uma chamada de vídeo. Vitaliy se mudou pra Prudentópolis há quatro anos. O irmão dele vive com família em Lutsk, oeste da Ucrânia, perto da fronteira com Belarus. Mikhailov serve numa unidade que tem a missão de impedir o avanço de tropas russas. Soldados russos avançam até os arredores de Kiev Pelo menos 20 brasileiros fogem de Kiev em trem com assentos reservados pelo Itamaraty Fronteira entre Ucrânia e Polônia: equipe do JN acompanha de perto a chegada de refugiados “A qual distância está o exército russo de lá?”, pergunta o repórter. “A mais ou menos 170 a180 km. Eu perguntei se ele ficaria lá defendendo se os russos atacassem e ele disse: ‘Sim, eu vou ficar aqui’”, conta o missionário. Os irmãos se encontraram pela última vez há seis meses, quando Vitaliy foi à Ucrânia. Combinaram de se ver com mais frequência. Com a guerra, a saudade virou angústia, preocupação. “Como fica teu coração?”, pergunta o repórter. “Muito triste. Cada vez que converso com ele, eu sei e ele sabe que pode ser a última vez”, afirma. A preocupação com o conflito não tem idade. A história, que ainda está sendo escrita lá no Leste Europeu, virou lição nas escolas de Prudentópolis. Concentração total no assunto, que tem muito a ver com os alunos e com a cidade onde eles vivem: sete em cada dez moradores têm origem ucraniana. “Eu sou descendente de ucraniano e, para mim, é muito triste isso, é muita morte que pode acontecei”, diz o aluno Edson Felipe. “Deve ser muito difícil você estar lá e, do nada, começarem a te jogar bomba, sobrevoar um monte de avião em cima do teu país, isso tudo por causa de um território”, lamenta a aluna Emanuelly Zarebelni. A professora Iza Olanczulki Kozan passa o dia em busca de informações dos parentes que moram na Ucrânia. Nesta sexta, ela recebeu a primeira mensagem de uma prima: “Nós estamos todo apreensivos, fugindo, se escondendo onde podemos. Orem por nós”. “Isso deixa a gente sufocado, nem consegue respirar direito, porque é o nosso sangue. Enquanto o mundo, os seres humanos, não vierem para esse lado de paz, o povo sofre”, diz a professora.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/25/no-brasil-ucranianos-e-descendentes-relatam-apreensao-pelos-familiares-na-ucrania.ghtml

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