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Anúncio da realização da Copa América no Brasil é criticado por políticos e infectologistas

Diante das críticas, o Palácio do Planalto adiou a decisão. O ministro da Casa Civil afirmou que não tem nada certo e que posição final deve sair nesta terça-feira (1º). Anúncio da realização da Copa América no Brasil é criticado por políticos e infectologistas Infectologistas, governadores, parlamentares e também integrantes do governo reagiram ao anúncio sobre a realização da Copa América no Brasil. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que a realização da Copa América no Brasil tem menos risco que na Argentina: “Não tendo público não é problema. É só dividir bem essas sedes e acabou. A vantagem nossa é a amplitude do país e a quantidade de estádios que a gente pode dispersar esse povo todo. Vamos dizer o seguinte, que é menos… Não é que seja mais seguro, é menos risco. Não é mais, é menos. O risco continua”. O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros, do MDB, afirmou em uma rede social que “as ofertas de vacinas mofaram em gavetas, mas o OK para o torneio foi ágil. Escárnio”. O ex-ministro da Saúde, senador Humberto Costa, do PT, integrante da CPI da Covid escreveu: “Enquanto o povo cobra movimentos do governo no caminho da vacinação, Bolsonaro dá mais uma demonstração de descaso e insanidade confirmando a Copa América no Brasil”. O líder do Cidadania, senador Alessandro Vieira, escreveu: “Não existe nenhuma lógica em aceitar a realização da Copa América em plena pandemia, com risco de 3ª onda. A estupidez realmente não tem ideologia”. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, da Rede, quer a convocação do presidente da CBF. E o presidente da Comissão do Esporte na Câmara, deputado Felipe Carreras, do PSB, pediu a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Os governadores também se posicionaram. A Secretaria de Esportes do estado de São Paulo disse em nota que o governo não fará objeção caso a CBF defina São Paulo como um dos locais de jogos da Copa América, desde que protocolos do estado sejam obedecidos. O governador da Bahia, Rui Costa, do PT, disse que o estado não vai sediar jogos: “A prioridade que teremos é vacina. Vacina para salvar vidas humanas. Vacina para retomar o emprego, a renda, a economia. O estádio, inclusive, em função da pandemia, está provisoriamente ocupado com leitos de UTI. Portanto, aqui na Bahia, não poderão ocorrer jogos de qualquer copa, em função do uso do estádio”. O governo de Pernambuco declarou que, apesar de ainda não ter sido procurado oficialmente pela CBF, reforça que o atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento. O governo do Rio Grande do Norte soube que a Arena das Dunas, em Natal, estava no radar da Conmebol e afirmou que não tem hoje níveis de segurança epidemiológico para a realização do evento no estado. O infectologista Renato Kfouri alerta para os riscos na realização do evento: “Temos uma parcela muito pequena da população vacinada, pouco mais de 10 % com as duas doses, e uma alta taxa de transmissão. Vírus circulando em grande quantidade, o que favorece qualquer um que saia hoje na rua adquirir o vírus com muita facilidade”. O médico cientista Miguel Nicolelis afirma que o evento esportivo vai empurrar o país para a terceira onda: “Dada a situação que a gente passa no Brasil ainda, entrando em uma terceira onda, e claramente uma competição que foi rejeitada pela Colômbia e pela Argentina, por razões semelhantes às nossas. Então, é um total, é chute na boca do estômago.” Diante de tantas críticas, o Palácio do Planalto adiou a decisão. O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, discutiu as possibilidades com os ministros da Infraestrutura, das Relações Exteriores, da Justiça, da Cidadania da Saúde e da AGU, além dos diretores das polícias Federal, Rodoviária Federal, com o secretário-geral da CBF. Ramos afirmou que não tem nada certo, mas o governo vai atender, caso seja possível, e estabeleceu algumas condições: limite de 65 integrantes por delegação; que todos estejam vacinados - incluindo a delegação brasileira; que a CBF negocie diretamente com estados e municípios que vão sediar os jogos; e o governo federal dará a estrutura para entrada das seleções no Brasil. “Hoje, pela manhã, eu recebi uma ligação do senhor Walter Feldman, da Confederação Brasileira de Futebol, onde ele apresentou uma demanda ao governo brasileiro sobre a realização da Copa América, que é um evento privado. É importante destacar que esse evento, caso se realize, ele não terá público. Tem saído algumas notícias… Não terá público. No momento são dez times, no máximo, e já foi acordado nesta reunião, com a nossa presença e a CBF por meio de videoconferência. Vou ainda fazer ligações com a CBF, estamos verificando detalhes, amanhã, se Deus quiser, nós teremos uma posição final”, destacou o ministro. O PT pediu ao Supremo Tribunal Federal a suspensão da Copa América no Brasil por risco à saúde pública.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/05/31/anuncio-da-realizacao-da-copa-america-no-brasil-e-criticado-por-politicos-e-infectologistas.ghtml

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