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'Se não fosse a Covid-19, ela estaria com a gente', diz mãe de bebê; 8 crianças de SC morreram em março


Em um ano de pandemia do novo coronavírus, estado catarinense registrou 25 mortes de pacientes com idade entre 0 e 12 anos. Priscila e a filha Anny Arquivo pessoal Santa Catarina registrou no mês de março oito mortes de crianças com até 9 anos por complicações do coronavírus, o número mais alto de óbitos já registrado nesta faixa etária em um único mês em toda a pandemia. No pior momento do avanço da Covid-19, foram 25 vidas perdidas. O levantamento foi feito pelo G1 SC e NSC junto à Secretaria Estadual de Saúde (SES). Anny, de 7 meses, é uma das vítimas. A mãe dela, Priscila de Lima Conradi, de 23 anos, conta que a filha tinha outros problemas de saúde, mas que morreu por causa do coronavírus (veja o relato completo dela mais abaixo). 'Se não fosse pela Covid-19, ela estaria com a gente. Quero que as pessoas vejam como ela era feliz e alertar: mesmo se for só uma dor de cabeça, se afaste de quem você ama", afirma. O último registro de morte de criança pela Covid no estado foi de um menino de 2 anos na segunda-feira (29), em Videira, no Oeste. Na mesma região foram registradas outras mortes em Chapecó e Capinzal. O Sul catarinense é a região com maior número de óbitos nesta faixa etária neste mês: foram três mortes registradas em Criciúma e uma em Lauro Müller. Além do Norte catarinense, em Joinville, a vítima mais jovem foi uma menina de 7 meses registrada no dia 23 de março (veja mais detalhes abaixo). A maior parte dos óbitos ocorrida em março era de crianças com menos de 2 anos de idade. Quatro delas eram bebês com menos de 1 ano, duas estavam no primeiro ano de vida, uma com um ano e uma tinha seis anos. Crianças que morreram de Covid em março SC registra 3,4 mil mortes por Covid em março, o pior mês da pandemia Vítima mais nova de Joinville Em março, Anny de 7 meses foi a vítima mais nova a morrer ao contrair Covid-19 em Joinville, no Norte catarinense, que contabiliza 1 mil mortes pela doença. Joinville registra mil mortes pela Covid Priscila de Lima Conradi, de 23 anos, conta que a filha ficou internada na UTI do Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, e há cinco dias mantinha-se em vigília na enfermaria da unidade hospitalar. "Mas ela sorria, mesmo diante de tudo isso. Ela continuava com aquele sorrisão largo dela como se quisesse me acalmar, dizer que tudo estava bem", lembra. A gravidez de Anny foi considerada de risco já na oitava semana. No sexto mês de gestação chegaram os diagnósticos de cardiopatia congênita, síndrome de Dandy-Walker e hidrocefalia. Ela nasceu em 18 de agosto de 2020 e foi imediatamente colocada em uma incubadora e levada para a UTI neonatal, onde ficou por quase dois meses. Depois, ela ainda precisou passar um período no Hospital Infantil, para só então conhecer o bercinho que os pais haviam preparado para ela. "Deus deu a oportunidade de a gente conhecer todo esse amor. A Anny contrariou todos os médicos, todos os prognósticos. Deus liberou para que ela estivesse com a gente por estes sete meses e cinco dias, e foram os melhores da minha vida", afirma Priscila. Anny de 7 meses foi a vítima mais nova a morrer ao contrair Covid-19 em Joinville Arquivo pessoal Além das patologias diagnosticadas ainda na gestação, Anny também nasceu com displasia broncopulmonar, o que exigia que fizesse uso de oxigênio suplementar em tempo integral. Segundo Priscila, o pai de Anny, Geazi Machado, de 31 anos, que trabalha como motorista de aplicativo, mesmo tomando todos os cuidados para a prevenção contra o coronavírus, acabou sendo infectado. Priscila e Anny começaram a apresentar tosse na mesma tarde e, em pouco tempo, o quadro da criança passou a incluir vômito e febre. "Eu levei ela no mesmo dia para o hospital. Fizeram os exames, eu falei sobre a suspeita de Covid-19, mas os testes não mostraram nada e voltamos para casa. Mas, dias depois, o raio-X mostrou uma mancha no pulmão", disse. Família tomava os cuidados para que Anny não contraísse Covid-19 nem outras doenças que pudessem afetar o pulmão Arquivo pessoal Bebê indígena que nasceu morto testa positivo para Covid-19 no Vale do Itajaí, diz prefeitura Bebê de três meses morre por coronavírus no Sul de SC Bebê de 1 ano morre por Covid-19 em SC; casos passam de 25 mil Bebê de 1 mês morre vítima de Covid-19 em Chapecó Covid-19 matou nove bebês com menos de 1 ano em SC; total é de 37 vítimas entre 0 e 21 anos A internação do bebê ocorreu na sexta-feira (19) e morreu após cinco dias na UTI. "A Anny veio para alertar todo mundo. Muitos jornais deram a notícia sobre a morte dela, e ninguém sabe que era ela, que era um bebê especial. Ela tinha os problemas de saúde, sim. Mas, se não fosse pela Covid-19, ela estaria com a gente. Por isso, eu quis contar a história dela no jornal. Quero que as pessoas vejam como ela era feliz. E quero alertar: mesmo se for só uma dor de cabeça, se afaste de quem você ama. O contágio é muito rápido. Cuidem bem de quem vocês amam", desabafou a mãe. Avanço da pandemia em SC Santa Catarina superou na terça-feira (30), a marca de 800 mil pessoas diagnosticadas com coronavírus desde o início da pandemia. A Secretaria de Estado da Saúde confirmou nesta quinta mais 4.922 casos confirmados, que somam agora 802.998. Segundo o Ministério da Saúde, apenas São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul já ultrapassaram a marca de 800 mil. O estado confirmou ainda novas 185 mortes por Covid-19 e teve leve alta de casos ativos em relação ao dia anterior, chegando a 26.756 pessoas em tratamento. Confira as reportagens mais assistidas da NSC TV nesta semana no G1 Veja mais notícias do estado no G1 SC

Fonte: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2021/03/31/se-nao-fosse-a-covid-19-ela-estaria-com-a-gente-diz-mae-de-bebe-8-criancas-de-sc-morreram-em-marco.ghtml

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