Pular para o conteúdo principal

Com pichação como moldura, mural ‘Deus é mãe’ em Belo Horizonte é alvo de investigação

Pintura gigantesca do artista paulista Robinho Santana em um prédio no centro da cidade mostra uma mãe negra com o filho no colo, levando o outro pelas mãos. Mural gigantesco no centro de BH vira caso de polícia Um mural gigantesco no Centro de Belo Horizonte virou caso de polícia. A pintura gigantesca no prédio no centro de Belo Horizonte mostra a mãe negra com um filho no colo, levando o outro pelas mãos. O painel "Deus é mãe", do artista paulista Robinho Santana, tem quase dois mil metros quadrados e faz parte de um projeto que está enchendo de cor os prédios na capital mineira desde 2017. “Acho que é uma representação muito importante, até para estar nesse contexto do centro da cidade”, declarou a professora Aline Costa. “Deixa a cidade mais colorida, uma cultura bem bonita”, disse a estudante Daniele Isaias. Mas a obra virou caso de polícia. A curadora do projeto disse que foi intimada a explicar os traços que emolduram o painel. A polícia diz que a investigação é sigilosa e não dá detalhes sobre o caso, mas a curadora do projeto fala que o inquérito investiga crime contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural. Quando o painel foi feito, em setembro de 2020, segundo os organizadores, o autor do mural convidou pichadores para fazer uma intervenção na obra, uma forma de promover a diversidade cultural. “É uma obra que contém a caligrafia com a estética do picho, então, ela está sendo criminalizada por isso”, explicou a curadora e idealizadora do Festival Cura, Janaina Macruz Inácio. O advogado do Circuito de Arte Urbana, Felipe Soares, entrou na Justiça para suspender o inquérito aberto pela polícia. “O síndico, após a assembleia dentro do condomínio, assinou o contrato com o festival, autorizando que fosse feita a intervenção na fachada do prédio”, contou. Carla Lisboa é especialista em direito penal e reforça que o ponto principal nesse caso não pode ser uma discussão sobre o que é arte ou não. “O que a gente discute aqui não é um tipo de arte, a forma como ela foi expressada, na verdade o que importa para a legislação é a questão se houve ou não a autorização para a realização do trabalho”, afirmou a advogada. É a segunda obra do projeto alvo de questionamento. Outro painel, feito em 2018, tem cerca de 1.300 metros quadrados. Na época, um morador entrou na Justiça contra a pintura no condomínio. O processo ainda aguarda sentença. “Não é coincidência nenhuma que as duas obras têm corpos negros representados. Elas são feitas por artistas negros. Então é o racismo estrutural, é uma perseguição à arte periférica”, disse a curadora Janaina Macruz Inácio.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/01/30/com-pichacao-como-moldura-mural-deus-e-mae-em-belo-horizonte-e-alvo-de-investigacao.ghtml

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Escultura de dinossauro que viveu há milhões de anos na região é instalada em praça de Uberaba

Réplicas de uma Maniraptora protegendo seus filhotes foi criada pelo paleoartista Rodolfo Nogueira. Escultura Maniraptora Uberaba TV Integração/Reprodução A escultura em tamanho real de uma Maniraptora protegendo seu ninho foi instalada nesta terça-feira (22) na praça Manoel Terra, em frente a Igreja Santa Rita, em Uberaba. A espécie de dinossauro carnívoro viveu há 65 milhões de anos na região. Esculturas de filhotes de dinossauros serão instaladas na região central de Uberaba De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, a réplica batizada de "Alice" corresponde a outra escultura de um macho, que se encontra no museu dos dinossauros, em Peirópolis. Em 2004, uma garra da mão do animal foi escavada e estudos posteriores revelaram que se tratava de um dinossauro de cerca de dois metros de comprimento, com plumas e pertencente ao grupo de dinossauros que deram origem às aves, parente dos velociraptores. As representações, que fazem part

'Berçário' das baleias jubartes, Bahia concentra maior parte da espécie durante temporada de reprodução; VÍDEO

Baleias começaram a ser vistas em junho e devem ficar no Brasil até outubro ou novembro. Arquipélago de Abrolhos, no sul baiano, é local preferido delas. Salto de baleia jubarte em Salvador em julho deste ano Enrico Marcovaldi/ Projeto baleia Jubarte Entre os meses de julho e novembro, as águas calmas e quentes do litoral baiano são cenário das acrobacias e cantos das baleias jubartes. Todo ano, as ilustres visitantes viajam por cerca 2 meses, da Antártida até o Brasil, para acasalar, reproduzir, e dar um show para quem tem o privilégio de vê-las. Baleias jubarte começam a chegar ao litoral da Bahia "São cantoras de ópera e dançarinas acrobáticas. Dentre as espécies, são as mais exibidas. Geralmente, os machos cantam para seduzir e copular, mas é também uma forma de comunicação", explica Enrico Marcovaldi, um dos coordenadores do Projeto Baleia Jubarte, que monitora a espécie há 32 anos. Baleia jubarte exibe a cauda em Praia do Forte, na Bahia. Registro foi feito neste mês d

Região de Piracicaba tem ao menos cinco cidades com ocupação total em UTIs para casos de Covid-19

Lotação ocorre em Capivari, Cosmópolis, Rio das Pedras, Santa Bárbara d'Oeste e São Pedro, segundo levantamento do governo estadual e do G1. No caso de Santa Bárbara, também não há vagas sem respirador, destinadas a casos menos graves. Movimento de profissionais de saúde na UPA do Piracicamirim, em Piracicaba Vanderlei Duarte/ EPTV A região de Piracicaba (SP) tem ao menos cinco cidades com 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados a casos de Covid-19 ocupados nesta terça-feira (16), segundo levantamentos do governo estadual e do G1. Rio das Pedras (SP) e São Pedro (SP) estão em uma lista de 67 cidades do estado sem vagas nas alas intensivas divulgada pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Na região de Campinas (SP), sete municípios tem UTIs lotadas. Conforme o levantamento feito pelo G1 nesta terça com base nas informações divulgadas por prefeituras da região, Capivari (SP), Cosmópolis (SP) e Santa Bárbara d'Oeste (SP) também estão com ocupação