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Número de doadores de sangue despenca em 2020 devido à pandemia

Vários hemocentros do país estão com os estoques muito baixos. Em Pernambuco, por exemplo, as doações chegaram a cair 50% em abril e maio e continuam abaixo do necessário. Estoques dos hemocentros em várias partes do país estão no nível crítico Por causa da pandemia, o número de doadores de sangue despencou, e em vários hemocentros do país a situação é crítica. Rodrigo era um doador frequente de sangue, mas sumiu em 2020 por causa da pandemia. “Não dá para arriscar, era o auge e agora que deu uma diminuída, tudo, agora vou voltar, porque tem gente que precisa, né?’, conta o agente de internação Rodrigo Ribeiro dos Santos. É só que muitos brasileiros ainda não voltaram. O resultado é que os bancos de sangue do país estão em situação entre difícil e crítica. “A gente teve um impacto grande pela pandemia. A gente esperava que quando houvesse uma flexibilização do isolamento social, as pessoas pudessem vir aos hemocentros doar, mas isso não se tornou realidade”, contou diretora da Fundação Pró-Sangue, Carla Luana de Matos. E o que se vê são gavetas e refrigeradores quase vazios. Em Pernambuco, os estoques de praticamente todos os tipos sanguíneos estão críticos. As doações chegaram a cair 50% em abril e maio e continuam abaixo do necessário. No Hemocentro de Minas Gerais, os estoques de sangue do tipo negativo estão com queda de 27% e os positivos, de 35%. No Amazonas, o número de doadores caiu cerca de 40% por causa da pandemia. A Fundação Pró-Sangue é o maior hemocentro do país, abastece 100 hospitais e instituições de saúde públicas da Região Metropolitana de São Paulo. Os estoques estão tão baixos que alguns tipos de sangue podem acabar em um ou dois dias, gerando impacto na saúde e na vida de muita gente. O sangue do tipo O, o mais comum e mais usado, não dá nem para um dia. Os outros estão com abastecimento em nível crítico ou de alerta. O estoque total representa 40% do necessário. “Isso consequentemente pode comprometer as cirurgias, principalmente aquelas cirurgias que são programadas, o tratamento de alguns pacientes oncológicos e daqueles pacientes que precisam de transfusões regulares como, por exemplo, a talassemia e anemia falciforme”, explicou Carla Luana de Matos. A Santa Casa de Araçatuba, no interior do estado, teve que suspender a retomada das cirurgias eletivas por falta de sangue; seriam cerca de 70 por dia. Por isso, o apelo é para que os brasileiros se lembrem da importância desse gesto de solidariedade. Qualquer pessoa saudável entre 16 e 69 anos que pese mais de 50 quilos pode doar. Hemocentros, como o de São Paulo, estão agendando horário e garantindo distanciamento e cuidados. “Tudo tranquilo, achei bem seguro”, conta um doador. Os menores de idade precisam de autorização ou acompanhamento do responsável. O Mateus veio seguir o exemplo da mãe, que é doadora. “Você sente uma coisa boa, que você está ajudando alguém. Eu sinto que eu estou fazendo a minha parte”, diz. E essa é a boa notícia, principalmente os mais jovens estão atendendo ao apelo. É uma nova geração doando sangue e esperança. “Eu sempre quis doar, só que eu nunca consegui vir, porque eu moro longe e ninguém queria me trazer quando eu era menor de idade. Aí fiz 18 esse mês e vim”, disse Lilian Medeiros.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/10/31/numero-de-doadores-de-sangue-despenca-em-2020-devido-a-pandemia.ghtml

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