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Padre Robson é suspeito de pagar servidores públicos com dinheiro da Afipe para que destruíssem arquivos comprometedores


Ministério Pública apura se R$ 120 milhões doados por fiéis foram desviados. Defesa do padre nega irregularidades. Padre Robson Oliveira é suspeito de desviar dinheiro doado por fiéis Reprodução/Instagram O padre Robson de Oliveira - suspeito de desviar R$ 120 milhões de doações de fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) - também é suspeito de pagar servidores públicos com dinheiro da entidade para se livrar de informações constrangedoras sobre ele, segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) relata no processo. "Pelo que se infere dos autos, Robson supostamente se utilizou dos recursos financeiros dessas entidades religiosas para o pagamento de servidores públicos - agentes de polícia, para que destruíssem alguns arquivos contendo informações comprometedoras a seu respeito", consta no documento. Sobre isso, a defesa do padre disse que “não houve pagamento a nenhum servidor”. A defesa disse ainda que o padre Robson foi vítima de extorsão e que os criminosos já foram condenados e estão presos. “Todo o material da extorsão foi considerado falso pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás”, disse. Sobre a acusação, o G1 solicitou, por telefone, às 20h50 deste domingo (30), uma nota à Polícia Civil do Estado de Goiás, e aguarda retorno. Padre Robson sempre negou que tenha desviado dinheiro de fiéis doados à Afipe. Ele criou essa e outras entidades com nomes similares a partir de 2004, com o objetivo de proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar a devoção ao Divino Pai Eterno. O religioso era responsável pela administração do Santuário Basílica de Trindade, um dos maiores do Brasil, mas se afastou das funções temporariamente para colaborar com o MP-GO. Investigações Após padre Robson ser vítima de extorsão, em que criminosos ameaçavam divulgar dados de supostos relacionamentos amorosos do pároco, o Ministério Público começou a investigar suspeitas de desvios de dinheiro da Afipe. À época da extorsão, o sacerdote teria usado R$ 2 milhões da associação para pagar os autores da extorsão e evitar a divulgação do material. Nas investigações, o MP-GO encontrou evidências de centenas de compras e vendas de imóveis em nome da Afipe em que a entidade parece ter sido prejudicada financeiramente. Também há nos relatos da investigação várias empresas cujos sócios eram quase sempre os mesmos, quase sempre usando o mesmo contador. As vendas dos imóveis e outras transações financeiras aconteciam entre essas companhias e a Afipe. Ao todo, os repasses para empresas de comunicação somam R$ 456 milhões. Esses pagamentos também são investigados, segundo os promotores, por não ter afinidade com o objetivo final da Afipe, que é proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar a devoção ao Divino Pai Eterno. A irmã do padre, Adrianne de Oliveira Pereira, é investigada como possível “laranja” do irmão. Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), ela mora em um imóvel de luxo que pertence à Afipe e aparece nas apurações como participante de 24 operações imobiliárias. O G1 não conseguiu identificar quem é responsável pela defesa de Adrianne para pedir um posicionamento. Outra mulher da confiança dele e que trabalhou por anos na Afipe, também é apontada como “laranja”. Celestina Celis Bueno, de 59 anos, aparece nos autos da investigação como dona de pelo menos três emissoras de rádio, ex-proprietária de um avião e de uma casa luxuosa na praia, além de já ter recebido R$ 4 milhões. Advogada de Celestina, Cláudia Seixas disse que não irá se manifestar, em respeito às investigações. Veja outras notícias da região no G1 Goiás.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/08/30/padre-robson-e-suspeito-de-pagar-servidores-publicos-com-dinheiro-da-afipe-para-se-livrar-de-informacoes-constrangedoras-sobre-ele-diz-mp.ghtml

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