Segundo um estudo do Unicef, 12% dos estudantes da rede pública do país não receberam as tarefas em casa. No Nordeste, essa taxa é de quase um a cada cinco alunos. 8 milhões de estudantes estão sem tarefa escolar desde a suspensão das aulas, diz pesquisa Uma pesquisa revelou que oito milhões de crianças e jovens brasileiros estão sem tarefa escolar desde a suspensão das aulas. "Era uma vez uma fada com um bebê chamado Rosa", conta a professora Daniela Silveira. A professora Daniela Silveira dá aula para crianças de quatro e cinco anos. O filho grava as historinhas que ela envia aos pais dos alunos pelas redes sociais. Mesmo caprichando na narrativa, nessa hora falta o principal: os ouvintes. “Não é somente você contar a história, então você conta história e você escuta o enredo que traz para a criança qual foi o aprendizado. Esse aprendizado da distância foge totalmente do conteúdo, é o que a gente sempre fala: ‘e o conteúdo da educação infantil? Como que nós vamos recuperar esse conteúdo?’”, questiona a professora. A preocupação aumenta ainda mais quando pensamos nos alunos que estão nos ensinos fundamental e médio. Com as salas de aula vazias, estados e municípios estão enfrentando o desafio de fazer a matéria preparada pelo professor chegar aos alunos. Diferentes levantamentos mostram que o conteúdo escolar continua alcançando os estudantes de forma desigual. E para muitos alunos, esse conteúdo até hoje ainda não chegou. Segundo um estudo do Unicef, 12% dos estudantes da rede pública do país não receberam as tarefas em casa. No Nordeste, essa taxa é de quase um a cada cinco alunos. O levantamento da rede pública solidária, formada por profissionais de universidades e centros de pesquisa do país e do exterior, aponta que são oito milhões as crianças de seis a 14 anos nessa situação no Brasil. “São impactos de múltiplas dimensões, de múltiplos indicadores, desde a questão da aprendizagem propriamente dita, mas também questões relacionadas ao vínculo com a escola, a evasão escolar, a permanência dos jovens e das crianças na escola. Mas também há uma série de outras repercussões do ponto de vista social”, explica Olavo Nogueira Filho, diretor do Todos pela Educação. O seu Hélio é separado e cuida sozinho da Ashley, de 11 anos, e do Wesley, de oito. Ele diz que a falta de tempo o impede de acompanhar o pouco das tarefas que os filhos recebem. “Para ser sincero, se eu for dar uma nota, fazer uma avaliação de zero a dez, é um. Praticamente o ano está perdido para eles. Não tem aproveitamento de nada”, diz Hélio Freitas, pai de alunos. Essa troca de recados, com repercussão nas redes sociais, mostra como a relação entre aluno e professor é preciosa. A estudante explicava que não tinha feito a lição porque ninguém quis fazer com ela. E a professora prometia que, na volta às aulas, elas fariam a tarefa juntas. “Eu fiquei muito sensibilizada com o meio que um apelo dela, por conta de tudo isso o que está acontecendo com a gente. Tudo o que a criança sente, o professor sente também. E a gente quer ajudar, a gente quer acolher. Ninguém consegue deixar a criança sem uma resposta. A gente quer dar sempre o melhor para aquela criança”, conta a professora Rosiani Machado.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/08/31/oito-milhoes-de-estudantes-estao-sem-tarefa-escolar-desde-a-suspensao-das-aulas-diz-pesquisa.ghtml
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