Defensoria Pública de Minas enviou à Prefeitura de Belo Horizonte uma recomendação para que não proíba a presença dos acompanhantes. Maternidade Odete Valadares Assessoria da Presidência da Maternidade Odete Valadares/Divulgação Isabela Santos Machado, de 25 anos, teve que ter seu terceiro filho sozinha em um hospital de Belo Horizonte. O parto do pequeno Gabriel, no dia 26 de março, foi no início da pandemia do novo coronavírus, e nenhum acompanhante, nem o pai da criança, pode entrar na maternidade, em Belo Horizonte. “Foi ruim, né? Porque até no preparatório a gente fica sozinha, e tinha pouco funcionário”, contou a jovem dona de casa. Nesta quinta-feira (30), a Defensoria Pública de Minas Gerais informou que enviou à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte uma recomendação para que gestantes e parturientes não sejam privadas da companhia de um acompanhante durante internação em maternidades. Segundo a Defensoria, a lei assegura que a mulher seja acompanhada durante toda a internação para parto, inclusive por uma doula, se quiser, e ainda só seja submetida a cesariana somente com indicação clínica. O acompanhamento ainda é garantido nas consultas de pré-natal e após a alta hospitalar. A Isabela contou ainda que o namorado, pai de Gabriel, foi impedido de entrar na maternidade Odete Valadares, em BH, até para ver o filho. “Meu namorado foi comigo e não deixaram ele entrar nem um minutinho. Mandaram ele ir embora, porque não podia nem ficar na portaria”, relatou. Natália Esteves Ferreira, de Belo Horizonte, está na 39ª semana de gestação Natália Esteves Ferreira/Arquivo pessoal A babá Nayara Esteves Ferreira está preocupada. A irmã Natália, que está na 39ª semana de gestação, saiu de uma consulta pré-natal muito assustada com a possibilidade de ter um parto sem acompanhante. “A minha irmã está grávida e está com muito medo. Porque a gestão anterior foi cesárea e aí ela está com medo de ser cesárea de novo. E aí, sem acompanhante no hospital, elas [parturientes] vão precisar contar umas com as outras. E, na hora do banho, vai deixar o neném com quem?”, desabafou a babá. No documento, a Defensoria pede que seja formado um comitê municipal, com a participação do órgão e outras entidades e representantes, para planejamento, implementação e monitoramento das recomendações. O que diz a prefeitura A Prefeitura de Belo Horizonte informou que recebeu o documento nesta quarta-feira (29) e que ele está em análise pela assessoria jurídica. Por nota, a prefeitura disse que, atualmente, a presença de acompanhantes de gestantes e parturientes não está proibida nas maternidades. Mas que a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte recomenda que aglomerações sejam evitadas. Ainda segundo a administração municipal, os hospitais possuem uma Comissão de Controle de Infecções (CCIH), que faz protocolos assistenciais. A prefeitura também ressaltou que segue diretrizes da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde.
Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/04/30/mae-conta-que-nao-teve-direito-a-acompanhante-no-parto-em-hospital-de-bh-por-pandemia.ghtml
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